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Marcos Eder, o pastor que tentou enganar Deus

Preso por roubo, Marcos Eder quis fazer um acordo fajuto com o Criador, mas acabou se convertendo para valer. Ser pastor, contudo, não o livrou do estigma de ex-presidiário

Claudia Belfort, especial para Ponte Jornalismo

“O impossível é para você! O impossível é para você!”, repete aos gritos, o pastor Marcos Eder de Oliveira, 32 anos, enquanto aponta, com gestos fortes, para integrantes de uma plateia de cerca de 20 fieis, na Igreja Pentecostal Tocha Acesa, no Grajaú, zona sul da cidade de São Paulo. Com a voz já rouca após quase uma hora de pregação, Marcos sabe do que está falando. Ele fez o que parecia impossível para muitos. Entrou na vida errada, foi preso e hoje vive honestamente, com a mulher e dois filhos, numa pequena casa de três cômodos — na beira de um córrego, com severas restrições financeiras.

Fora do púlpito, Marcos fala manso, tem pensamento rápido e voz quase sussurrada. É filho do Grajaú, distrito de São Paulo que tem o sétimo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo da capital, 0,754 (o mais alto é o do bairro de Moema, com 0,981). Cresceu na Favela Sucupira, onde vive até hoje, e foi criado pela segunda esposa do pai, a quem ele chama de mãe de coração e de sangue.

Com a mãe biológica, Andréa Maria, tem pouco contato. Agredida a faca pelo marido, Marco Antônio, pai de Marcos, ela fugiu de casa levando o menino, que tinha pouco mais de dois anos. Logo foi obrigada a voltar. O ex-companheiro esteve na casa da família dela, revoltado com o sumiço de Andréa. Para pressionar pela volta da ex-mulher, cortou a mangueira de gás e ameaçou pôr fogo em tudo, caso ela não reaparecesse com a criança.

Andréa deixou o filho de dois anos com o ex-marido e sua nova namorada, Márcia, e mudou-se para o Rio de Janeiro. Marco Antônio era, em meados dos anos 1980, dono da comunidade Sucupira, foi ele quem inaugurou e por muito tempo comandou o tráfico de drogas no local. Seu nome ainda é falado na comunidade com um misto de respeito e reprovação.

Márcia, hoje já entrada nos 40 anos, na época ainda era uma adolescente de 17 e criou Marcos como filho, mesmo depois que uma overdose matou o marido, quando o menino tinha entre cinco e seis anos de idade. “Eu não ia abandonar ele, ele já era meu filho”, conta ela, que então trabalhava como babá, ofício que exerce até hoje. Zelosa, sempre tentou criar os seis filhos, dos quais cinco são biológicos, para ficarem longe de problemas. Cobrava estudos e admirava a paixão de Marcos pelo futebol. Só não sabia como o garoto era bom de bola.

Uma bola x uma moto

O menino era fã de Romário — no colégio até o chamavam de Romarinho — e de Ralf, do Corinthians, que como Marcos, nascera na zona sul, no bairro de Parelheiros, também um dos mais pobres e remotos da cidade. Tinha os dois como espelho e seu sonho, semelhante ao de muitos garotos das periferias das grandes cidades, era ser descoberto por um olheiro. “Era a minha chance”, conta. Sua meta era se revelar durante uma partida pela Copa Kaiser, um campeonato de futebol amador, surgido nos anos 1990 e que atraía olheiros para os jogos. Ele se sentia pronto para agarrar aquela oportunidade.

Na viela da favela, pai e filho a caminho do culto | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Os anos 2000 estavam no seu início e Marcos, já com 17 anos, sob protestos da mãe, havia largado os estudos e passado a dividir seu tempo entre jogar bola e fazer bicos de entregador de pizza. Mesmo sem habilitação de motorista, ele dirigia e faturava uma graninha com as entregas. Paralelamente ao desejo de ser jogador, surgiu a vontade de ter uma moto, mas para isso o faturamento como entregador de pizza não era suficiente. Ao lado de alguns amigos, buscou formas alternativas e fora da lei de conseguir dinheiro.

Foi quando no caminho de seus sonhos apareceram algumas novidades. “Conheci as mulheres, as motos, a bebida e as drogas”, lembra. E, aos 25 anos, justamente após uma noitada de vinho, maconha e garotas, ele perdeu, sem jogar, a almejada Copa. Naquele dia, Marcos trocou o sonho de ser descoberto por um olheiro pelo de ter uma motocicleta e ganhou uma sentença de cinco anos e seis meses de detenção.

Após uma tentativa frustrada, junto com um amigo, de ser o dono de uma CB 500 vermelha, Marcos fugiu a toda na moto que dirigia, perdeu o controle da direção e caiu na Avenida Belmira Marim, a principal do Grajaú, bem na frente de um posto da Polícia Militar. Os policiais, num primeiro momento, acreditaram que ele era uma vítima em fuga e o levaram para o hospital. Mas a história que o jovem contou não colou. Disse que voltava de um prostíbulo com um amigo, que este tentara roubar uma moto e que Marcos, como não queria fazer parte do delito, fugira em alta velocidade. Caiu da moto e nas celas do sistema penitenciário, por onde passou por quatro unidades em quatro cidades no estado de São Paulo: Diadema, Franco da Rocha, Reginópolis e Bauru.

Ele tinha 23 anos e era primário. Para a advogada Eleonora Nacif, presidenta do Ibccrim (Instituto Brasileiro para Ciências Criminais), que tem entre suas pautas a luta pela implementação de políticas contra o encarceramento em massa, enviar um jovem primário para a prisão deveria ser o que se chama no direito de ultimo ratio, ou último recurso. “É importante mostrar que existem limites na sociedade, mas podem se aplicar penas alternativas, aplicar o regime aberto”, defende.

Marcos e o filho a caminho do culto | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Há uma “desproporção no peso da definição das penas entre brancos e negros que cometeram um mesmo crime”, segundo a pesquisadora e antropóloga Juliana Borges. Em seu livro O que é encarceramento em massa, , ela aponta: “57,6% dos acusados em varas criminais são negros, enquanto que em juizados especiais que analisam casos menos graves, este número se inverte tendo uma maioria branca (52,6%). Esta diferença ocorre porque a determinação de qual vara será tramitado o processo depende do tipo de pena pedida, decisão do promotor de Justiça. Nas varas criminais, a prisão é praticamente inevitável, diferente dos juizados que encaminham mais penas alternativas.”

Um drible em Deus

No cárcere, veio o arrependimento e o ódio. “Na cadeia, o que está preso é o corpo, mas a mente está aberta e você tem liberdade para pensar o que quiser”, reflete. Nos primeiros 15 dias de detenção, antes de subir para o convívio, quando o preso fica numa cela de transição, chamada de castigo, Marcos pensava em mudar de vida e ao mesmo tempo em sair e “arrebentar”, seguindo carreira no crime. “Vou sair, lutar pela favela, chegando lá tomo conta de tudo”, pensou à época. Ao mesmo tempo, veio a dor. “Fiquei irado comigo mesmo”, diz.

Depois da mistura de sentimentos de raiva e remorso, emergiu no pensamento de Marcos outro elemento, que ele conhecia, embora não fizesse parte de seu cotidiano. “Comecei a lembrar de Deus e aceitei Jesus.” A conversão, no entanto, era um truque. Naquele primeiro momento, Marcos achou que, se não conseguiria sair pelas vias da Justiça ou por uma improvável fuga, só Deus poderia tirá-lo daquela. “Era como seu eu quisesse enganar a Deus. Eu falei, minha chance é essa, então vou ter que enganar ele”, diz com uma dose de bom humor. Seu objetivo era só sair da prisão na esperança de ainda jogar a tal da Copa.

Filho de Marcos arruma o cabelo do pai antes do culto | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Pelo jeito, o Deus de Marcos não aceita esse tipo de acordo fajuto. A Copa aconteceu e ele permanecia preso. Cumpriu dois anos e meio de detenção, período em que recebeu apenas a visita da irmã, Poliana. Mãe de três filhos, sendo a mais velha já falecida, vítima de paralisia cerebral, Poliana tinha que se virar em mil para trabalhar, atender a filha doente, que vivia internada, e o irmão. A mãe de Marcos, Márcia, não podia entrar no rol de visita por não ter o mesmo sobrenome, nem documento de adoção. Além do mais, ele rejeitou a entrada de qualquer outra mulher para não expô-la ao constrangimento da revista vexatória.

Quando subiu para o convívio, o raio onde ficam as celas dos presos, foi para o lado ímpar, segundo ele, mais barra pesada que o lado par, onde havia igreja, colégio e detentos tentando se recuperar. No cárcere, encontrou vários amigos do Grajaú.

“Quando alguém é preso e reencontra amigos de infância, isso não é coincidência,” afirma Eleonora Rangel Nacif. Segundo a presidente do Ibccrim, existe uma política de encarceramento focada em determinados grupos que são negligenciados pelo Estado. “Os juízes sentenciantes têm muito mais chances de condenar alguém com perfil de preto e pobre, do que uma rapaz de classe média, com quem ele se identifica”, aponta.

O censo demográfico da da magistratura brasileira, divulgado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 2018, traduz o argumento de Eleonora em números. Nele, a maioria dos entrevistados se declarou branca (80,3%), apenas 18% negra (16,5% pardas e 1,6% pretas) e 1,6% de origem asiática. Apenas 11 magistrados se declararam indígenas. A magistratura brasileira é majoritariamente formada por homens, brancos, católicos, casados e com filhos.

Marcos e muito de seus amigos à época se enquadram no perfil das pessoas privadas de liberdade no Brasil. Segundo o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça, 55% são negras e 54% têm entre 18 e 29 anos. Ele evita falar em preconceito, mas admite que alguns têm mais chances que outros de serem presos. Segundo ele, quem mora em comunidade deveria andar com uma câmara no peito e outra na cabeça, para evitar ser acusado e condenado injustamente por um crime. “Vi muita gente culpada na prisão e também vi muito inocente.”

“O sistema criminal no Brasil foi tradicionalmente constituído de forma racializada e percebemos que, a exemplo do sistema educacional, não poderia refletir de forma diferente os desiguais impactos que as políticas públicas no País apresentam, em função do racismo estrutural”, escreve, em seu livro Racismo Estrutural no Brasil e Penas Alternativas, Ísis Aparecida Conceição, mestra em direitos humanos pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

O sinal

Ciente de que falhara no seu objetivo de dar um drible em Deus, resolveu levar o combinado a sério, passou a participar de cultos promovidos por visitas aos finais de semana, a estudar a Bíblia e compartilhar seu aprendizado com outros detentos. No lugar dos apelidos Carlão, Romarinho e Mussum, passou a ser chamado de Pastor, antes mesmo de ser designado oficialmente.

Marcos se ajoelha durante o culto | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Ele, porém, ainda não estava seguro da própria recuperação e começou a questionar se Deus queria mesmo sua mudança. “Um dia eu me ajoelhei e pedi um sinal para Deus. Perguntei: o senhor quer que eu mude? Então traz um passarinho.” Naquele momento, conta Marcos, um pássaro apareceu entre as grades de uma das janelas, cantou e partiu. “Chorei”, lembra. Teve fé que era um sinal e até escreveu um louvor, que costumava cantar nos cultos.

Senti meu mundo fraco, desabando sobre mim, já não sei mais o que faço, se sofrer não é feliz. E meu coração se aflige de pensar no que sofri… Mil fantasias, de ilusões, decepções e o sentimento que machucava aqui dentro. Mas aí veio a solução e Jesus olhou para mim, me dizendo que eu sou forte e com ele não tem fim

Em Reginópolis, o terceiro presídio pelo qual passaria, Marcos Eder foi nomeado pastor pelos irmãos detentos. Ainda era uma posição informal, tanto que, quando ganhou liberdade, não se apresentava como tal. Antes de ser ungido pastor passou pelo diaconato, foi presbítero e evangelista, até que em 2017 sua vocação foi oficializada pela Igreja Comunhão e Vida Ministério Resgate.

“Essa conversão no sistema carcerário, normalmente, está conectada a uma ruptura de fato. Então você vai ter um sujeito que fez uma opção, na qual ele se converte e vira o ex, o ex-bandido, o ex-criminoso”, explica Vagner Marques, doutor em história social e mestre em ciências da religião, pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). “A religião ajuda, principalmente porque aqueles que buscam apoio espiritual têm uma condição melhor dentro do sistema. Lá dentro, é algo que conforta e a pessoa ganha um outro tratamento, afirma Mariana Leiras, assistente social, que tem mais de uma década de experiência no trabalho com egressos e é membro da Raesp -RJ (Rede de Apoio ao Egresso do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro), instituição que reúne cerca de 16 organizações que trabalham com apenados de todo o País. Já para Marcos, e para sua família, a religião em si não ajuda, o que faz diferença é seguir a Deus.

Medo e oportunidade

A vida na prisão não era fácil. Além da privação da liberdade, o banho era frio, o café da manhã limitava-se a pão com graxa (margarina) e café com vaquinha (leite) e ele dormia na praia, como é chamado o chão da cela, espaço destinado a quem é mais recente na detenção. “O negócio é estreito, para quem quer mudar de verdade é difícil e isso ninguém está vendo”, diz.

Foi fora do cárcere e por causa dele que Marcos enfrentaria uma discriminação que marcaria para sempre a sua vida. E não foi por emprego. Apesar de a ele nunca ter sido ofertada qualquer possibilidade de assistência a egresso por parte do Estado, ele conseguiu se empregar. Deu sorte e nunca sofreu preconceito. “Porque as empresas não pediam antecedentes criminais”, explica. Passou por uma empresa de brindes, por uma fábrica de pães, uma distribuidora de vidro e de serviços gerais, onde atualmente trabalha como porteiro. “Por onde trabalhei, me destaquei”, diz. Dessas, apenas uma pediu antecedentes, a de serviços gerais, só que o relatório deu “nada consta”.

Marcos arruma o filho para a noite de culto | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

O recomeço não é fácil. Marcos tinha medo, medo de não ser aceito, de não conseguir emprego, do preconceito. “Falta ajuda para o egresso, e se tem, não sei que tem. Por isso, muitos voltam [para a prisão]”, diz. “A palavra para o egresso é oportunidade”, diz a irmã, Poliana, que tem propriedade para falar do assunto. Seus primeiro e segundo maridos tiveram passagens pelo sistema prisional e quando egressos só conseguiram viver de bicos.

‘Espero que você apanhe de manhã, de tarde e de noite’

O preconceito veio de onde Marcos menos esperava. Numa de suas saidinhas — quando em datas especiais o preso com bom comportamento pode deixar a penitenciária temporariamente para visitar a família — ele conheceu Mayara Cristina. O pai da moça havia visto Marcos pregando para rapazes envolvidos com o tráfico e o chamou para fazer uma oração em sua casa. “Aí ela apareceu e eu senti aquela vontade de me apegar a ela”, conta. “E ela sentiu vontade de fazer (e fez) um louvor para mim.” Só que o que a fé parecia querer unir ganhou forte objeção dos pais da moça. “O próprio pai que me chamou para ir na casa dele fazer oração não queria. Aí começou a guerra”.

“É muito comum esse tipo de atitude na família, porque as notícias que vêm do cárcere são as piores possíveis”, comenta Sidney Teles, coordenador da Raesp – RJ. “Por isso é muito importante a divulgação de iniciativas que dão certo dentro das unidades prisionais e fora dela”, completa.

Marcos prega: “O impossível é para você!” | Foto Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Marcos e Mayara insistiam na relação que primeiro se desenrolou por cartas, já que ele ainda se encontrava preso, e depois às escondidas. “Eu estava irredutível”, recorda. “Me lembro que quando saí, ele me chamou para conversar na casa dele só para dizer que não aprovava a relação. E tudo que ele falava eu rebatia com a Bíblia, e ele ficava nervoso e dizia: não vem falar de Bíblia, aqui o negócio é realidade”.

O pai de Mayara também estava irredutível. O casal ainda não havia dado o primeiro beijo quando o pai da moça certo dia colocou todas as coisas da filha na rua e a expulsou de casa. Mayara ainda ouviu do pai “espero que você apanhe de manhã, de tarde e de noite”. Quem a acolheu foi a futura sogra, Márcia, mais tarde uma pastora e, por último, a irmã de Marcos, Poliana.

O casal, que hoje tem dois filhos, Michael, de três anos, e Murilo, de 10 meses, também enfrentou resistência por parte da pastora da igreja frequentada por Mayara. “Ela não acreditava que eu podia mudar. Como que uma pastora pode não acreditar na mudança de uma pessoa?, questiona Marcos.

Com muito esforço, e depois de algumas mudanças de casa, quando ora moraram de favor, ora de aluguel, em 2017 o casal comprou, por R$ 23 mil, uma casa na mesma Sucupira e que está pagando em prestações de R$ 500. São dois cômodos, uma cozinha e uma suíte, tijolo à mostra, telha de fibrocimento, sem forro. Fica na beira do córrego que recebe ao mesmo tempo o esgoto da favela e a água do piscinão, construído onde antes havia o campo de futebol frequentado por Marcos, nos seus tempos mundanos. Mesmo morando em condições precárias, ele acredita que é possível ser feliz “longe das bagunças da vida”.

Do pouco que tem, ainda consegue dividir. Durante a entrevista à Ponte, um homem alto, muito magro, dependente químico, bate à porta em busca de comida. Marcos pede que ele volte em 10 minutos, tempo do feijão ficar pronto, porque naquele momento só havia arroz.

Cantando louvores durante a cerimônia | Foto Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

No início de 2019, desligou-se da igreja onde atuava, por divergências com o pastor titular. Manteve a determinação de levar a palavra e faz pregações durante a semana na Sucupira ou aos domingos da Igreja Tocha Acesa, uma referência à batalha bíblica de Gideão e seus 300 homens, que enfrentaram e venceram, com a ajuda de Deus, uma multidão de milhares de midianitas e amalequitas, por quem estavam dominados.

Na Tocha Acesa, ele conta sua própria guerra e mostra que a herança de uma vida no crime, que para muitos seria a marca de sua vida, pode ser interrompida.

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